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23/07/2016

Tormenta

relampejo vontades ideias ambições
trago quereres e questões
coagulam em minhas veias furacões de agonia
borbulhantes tremores e arrepios
Explodo em tempestades
no entanto
a náusea te é inerente
sou apenas um reflexo sincero e impudente

não me culpo por isso
não me culpo por nada disso

Toulouse, 23/07/2016

* coisas ruinmente escritas e piormente sentidas

Vento Ventania Vendaval

Curiosidade e teimosia.
mistura explosiva para a mente que nunca descansa
Já procurei silêncio.
Já desfrutei do ruído nulo. Hoje é angústia.
que medos carrego comigo?
fujo de todas as minhas vozes inquietas e desordenadas. gritos tão assustadores quanto sussurros.
Resquícios de uma masmorra na qual já não quero me trancar.
Não quero saber qual foi a armadilha. Mas a ignorância já é uma busca. mutismo súbito inexplicado. complexidade de um nó que eu só quero saber de desatar. o impossível estipulado por uma vontade alheia à minha. Funcionou.
Mas não deu certo.
Só quero saber de desvendar mistérios. E se isso tudo foi elaborado pela sua inteligência, você é vil, porque eu gosto de engenhosidade.

o vento efêmero provoca fogueiras perenes

18/07/2016

íris

é clichê falar de olhos
bonitos misteriosos tristes espelhos
soturnos oblíquos ciganos dissimulados.
é clichê falar de olhos
encontrar-se, apaixonar-se, mergulhar e
afogar-se.
é clichê falar dos olhos
que culpa tenho se
os teus contêm o âmbar dos meus
igarapés interiores
tormenta tranquila superfície plana corretenza inquieta
arenoso ou lamacento ?
é clichê falar de água

que culpa tenho se
teus olhos aquários fazem todo o sentido

Toulouse, 18/07/2016

15/07/2016

Greta

será que a noite escura e trovejante
ruge mais alto que a alma machucada
Quantas lágrimas imitaram o orvalho frio do sereno?
aquele que anuncia o fim e
traz o fechamento de mais um ciclo
penitente
de fotosíntese
Queria colher-te as lágrimas com a ponta dos lábios.
sorver o azedo da dor diluída que
transbordando
se esvai do receptáculo de sofrimento
Desenharei novamente o mosáico de alegrias em teu ser
e cada lágrima será o cimento translúcido
que te há de manter em equilíbrio



Paris, 11/07/2016